O sentimento de inferioridade foi na psicanálise, por Freud que ouvimos falar nele, como um complexo de inferioridade. Atualmente fala-se mais em sentimento, em que não é mais do que se sentir inferior aos que o rodeiam, este sentimento pode emergir de uma inferioridade imaginada. Estas pessoas podem ter comportamentos dispares: umas optam pelo isolamento e comportamentos anti-sociais de pouca convivência, outros quando estão em grupo têm que ser o centro das atenções seja lá qual for o motivo, outras ainda optam pelos dois perfis.
O por ter dificuldade em sentir-se bem aceite nas relações interpessoais fica numa posição muitas vezes chamada “por de trás do cenário”, e raramente tama iniciativas quando está em grupo.
O segundo perfil adopta comportamentos camuflados ao padrão mais frequente de auto estima baixa, muitas vezes é confundido por ser uma pessoa com um sentimento de superioridade, ou mais vulgarmente dito “é uma pessoa forte”. Embora o estado interior continua a ser de desalento mas adoptando uma fuga às dificuldades.
Aqueles que manifestam o complexo de superioridade geralmente projetam os seus sentimentos de inferioridade nos outros que percebem como inferiores a sí, possivelmente pelas mesmas razões pelas quais podem ter sido colocados em ostracismo, isto é, encarando os outros como “feios” ou “estúpidos”, e inferiores. Habitualmente por terem esta forma de ser tão superiores desenvolvem nos que os rodeiam sentimentos de intolerância e incompreensão.
Comportamentos relacionados a este mecanismo podem incluir uma opinião exageradamente positiva do valor e capacidade próprias, expectativas exageradamente altas em objetivos e realizações pessoais e para outrem, vaidade, vestuário extravagante (com o intuito de atrair atenções), orgulho, sentimentalismo e exaltação afetada, são as chamadas pessoas convencidas, com uma tendência para desacreditar em opiniões alheias, esforços direcionados à dominação daqueles considerados mais fracos ou menos importantes, credulidade e outros.
Afastamento social, divagações e isolamento podem também estar associados ao complexo de superioridade, como forma de fugir ao medo ou falha relacionados aos sentimentos de inadequação face ao mundo real.
As causas deste sentimento de inferioridade podem ser derivados de algumas Atitudes dos pais, como um-comentários negativos e avaliações de comportamento que enfatizem erros e lapsos, principalente na primeira infância. As comparações negativas que os pais fazem dos seus filhos com outras pessoas ou com outros filhos.
Os preconceitos e a exclusão social, já numa segunda infância também pode despoletar este tipo de sentimento. Como lidar com este sentimento de inferioridade e a forma a supera-lo?
È importante que não culpe ninguém pelos seus actos, “eu sou assim por causa da minha educação ou por causa dos meus pais”. È importante responsabilizar-se pelo que é hoje, é adulto e responsável, se necessita de ajuda, procure-a hoje, o ontem já está escrito, o amanhã ainda está por escrever, então escreva hoje.
Nestes processos de introspecção, por vezes é importante pedir ajuda para identificar quais os pensamentos automáticos negativos, avaliar a sua co-relação com a realidade e substitui-los por pensamentos positivos. E é aqui que entra o cuidador da alma: o psicólogo.
O autor de este artigo é Sónia Moura Sequeira, Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta , membro da equipe do site THERAPION.COM
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